Causas básicas de morte neonatal em uma maternidade de nível terciário: mudanlças em uma década
Palavras-chave:
causa basica da morte , mortalidade infantil, mortalidade hospitalar, registros de mortalidadeResumo
Objetivo
Comparar o perfil das causas básicas de morte neonatal de um hospital terciário em dois períodos com intervalo de 1 O anos.
Métodos
Trata-se de estudo descritivo das causas básicas de morte neonatal hospitalar (n=147), distribuídas por grupos de peso e idade gestacional, ocorridas entre os nascidos vivos de peso :::C:500g, na maternidade do Centro de Assistência Integral a Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas, no período de 1/1/1996 a 31/12/1997, comparando-se os dados obtidos com aqueles (n=91) relativos ao período 1986-1987. As causas básicas de morte, definidas após revisão da evolução clínica e laboratorial do paciente e achados de necropsia, foram classificadas pelo critério do Comitê de Mortalidade Perinatal de Quebec.
Resultados
Houve diferença significativa no perfil das mortes neonatais dos dois períodos. Nos anos mais recentes, malformação congênita foi a causa mais freqüente dos óbitos, correspondendo a 46% deles, substituindo a asfixia, motivo mais comum dos casos em 1986-1987. Não houve diferença da participação de doença de membrana hialina e de infecção e, em 1996-1997, menor número de mortes foi classificado na categoria que agrupou todas as outras causas.
Conclusão
Provavelmente a melhora na qualidade da assistência perinatal às gestantes e aos recém-nascidos nos anos 1996-1997, apesar da piora das características da população, diminuiu o número de mortes por causas evitáveis e daquelas consideradas desconhecidas ou indeterminadas, assumindo, então, as malformações importância capital. Por isto, a redução dos coeficientes de mortalidade no serviço implica rediscussão dos protocolos de atendimento das gestações de fetos com diagnóstico de anomalias congênitas.
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