Esofagoplastia com tubo gástrico isoperistáltico no tratamento paliativo do câncer de esôfago
Palavras-chave:
esofago, carcinoma, neoplasias, Assistencia paliativa, esofagoplastiaResumo
Objetivo
Avaliar o benefício do tratamento paliativo pela derivação esofágica com o tubo gástrico isperistáltico em pacientes com carcinoma de esôfago irressecável.
Métodos
Foram estudados 20 pacientes com carcinoma espino-celular do esôfago, sem condições de ressecabilidade, avaliados por critérios clínicos endoscópicos e radiológicos. Dezesseis pacientes eram do sexo masculino, com idade média de 57 anos. A operação realizada foi o desvio esofágico com o tubo gástrico isoperistáltico, o qual foi preparado usando a grande curvatura, transposto através do espaço retroesternal e anastomosado no esôfago cervical.
Resultados
Dez pacientes (50%) desenvolveram uma ou mais complicações, das quais a mais frequente foi a deiscência elou estenose da anastomose cervical (seis pacientes - 30%). Dos 17 pacientes que sobreviveram, 14 (82,3%) referiram alívio da disfagia no seguimento pós-operatório. A média de sobrevida em oito pacientes foi de seis meses e meio (cinco a nove meses) e nove pacientes estão em seguimento com o tempo variável entre um e nove meses, com boa evolução.
Conclusão
Tubo gástrico isoperistáltico tem aceitável morbidade e mortalidade para a população em estudo, permitindo paliação da disfagia na maioria dos casos.
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