Síndrome do Túnel do Carpo: acometimento e evolução dos pacientes acompanhados junto ao Ambulatório de Saúde do Trabalhador do Hospital de Clínicas da Unicamp
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0897v22n2a2127Palavras-chave:
Ossos do Carpo, Síndrome do Túnel Carpal, Transtornos traumáticos cumulativosResumo
Objetivo
Identificar e descrever os pacientes acometidos pela síndrome do túnel do carpo e atendidos no Ambulatório de Saúde do Trabalhador do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas.
Métodos
O estudo foi realizado a partir dos dados dos prontuários dos pacientes com diagnóstico clínico e eletroneuromiográfico. Foram comparadas as principais variáveis entre os tratamentos clínico e cirúrgico; foi avaliado se houve relação entre o tipo de tratamento e o tempo de afastamento e de retorno ao trabalho.
Resultados
Foram estudados prontuários de 131 pacientes: 97,7% precisaram se afastar ao menos uma vez do trabalho, e apenas 28,9% destes o retomaram. O tempo médio de duração dos sintomas dos pacientes tratados cirurgicamente foi de 39,0 meses, enquanto o dos tratados clinicamente foi de 44,1 meses. Quanto aos resultados, ao período de afastamento e ao retorno ao trabalho, não houve diferença significativa entre os tratamentos empregados.
Conclusão
Concluiu-se que a Síndrome do Túnel do Carpo ocorre com maior frequência em mulheres, entre 30 e 49 anos. O acometimento foi mais frequentemente bilateral, sendo a mão dominante a mais comprometida. Tanto a evolução do tratamento clínico quanto a do cirúrgico foram pouco satisfatórias, pois em ambos os casos apenas cerca de 10% apresentaram melhora total. As profissões dos pacientes mais frequentemente encontradas foram operadores de máquinas, empregadas domésticas, trabalhadores rurais, secretárias e costureiras.
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