Abordagem da crise dolorosa em crianças portadoras de doença falciforme
Palavras-chave:
Analgesia, Anemia falciforme, Criança, DorResumo
A crise vaso-oclusiva dolorosa é o evento mais comum e a principal causa de morbidade da doença falciforme, além de ser o motivo de maior frequência na procura por atendimento em emergências e admissão hospitalar. O objetivo deste estudo foi avaliar as indicações, doses, formas de administração e eventos adversos dos analgésicos recomendados para crianças no tratamento da crise dolorosa. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados Medline, SciELO, Lilacs e PubMed, utilizando-se os seguintes termos de indexação: anemia falciforme, dor, analgesia e criança. A análise da literatura revelou que o tratamento da crise dolorosa em crianças é um tema complexo, que envolve a subjetividade da dor, sua adequada mensuração e a restrição de medicações seguras e eficazes disponíveis para uso na população pediátrica. Protocolos de tratamento existem como guias gerais, devendo a conduta ser sempre individualizada. O sucesso do tratamento da dor depende do conhecimento sobre a fisiopatologia da crise dolorosa, da farmacologia dos analgésicos e da valorização daquilo que o paciente está sentindo. Os médicos devem estar atentos para reconhecer e tratar esta complicação de relevante impacto na qualidade de vida do portador de doença falciforme.
Downloads
Referências
Dover GJ, Platt OS. Sickie cell disease. In: Nathan DG. Orkin SH. Nathan and Oski's hematology of infancy and childhood. 5th ed. Philadelphia: W.B. Saunders; 1998.
Zago MA. Considerações gerais. In: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes. Brasília: Anvisa; 2002.
Fixler J, Styles L. Sickle cell disease. Pediatr CIÉn North Am. 2002; 49(6):1193-210.
Erush K, Ware R. Kinney T. Emergency department visits by children with sickle hemoglobinopathies factors associated with hospital admission. Pediatr Emerg Care. 1995; 11(1):9-12.
DumapÉin CA, Avoiding admission for afebrile pediatric sickle cell pain: pain management methods J Pediatr Health Care. 2006; 20(2):115-22.
Schechter NL. The undertreatment of pain in chlidren an overview. Pediatr Clin North Am. 1989; 36(4) 781-94.
Shapiro BS. The management of pain in sickie cell disease, Pediatr Clin North Am. 1989; 36(4):1029-45.
Ballas SK. Current issues in sickle cell pain and Its management. Hematology. 2007; 97(1):97-105.
Friedchsdorf ST, Kang Tl. The management of pain in children with life-limtttng illnesses. Pediatr Clin North Am. 2007; 54(5):645-72.
Sorkin IS. Basic pharmacology and physiology of acute pain processing. Anesthesial Clin North Am, 1997; 15(2):235-49.
Walco GA, Dampier CD. Pain in children and adolescents with sickle cell disease: a descriptive study. J Pediatr Psychol. 1990; 15(5):643-58.
Gil KM. Coping with sickle cell disease pain. Ann Behav Med. 1989; 11(1):49-57.
Barakat LP, Schwartz LA, Simon K, Radcliffe J. Negative thinking as a coping strategy mediator of pain and internalizing symptoms in adolescents with sickle cell disease. J Behav Med. 2007; 30(3):199-208.
Walker DK, Jacobs FH. Cronically ill children in school. Peabody J Educ. 1984; 61 (2):29-71.
Platt OS, Thorington BD, Brambilla DJ, Milner PF, Rosse WF, Vichinsky E, ef al. Pain in sickle cell disease: rates and risk factors. N Engl J Med. 1991; 325(1):11-6.
Brown RT, Doepke KJ, Kaslow NJ. Risk-resistanceadaptation model for pediatric chronic ill-ness: sickle cell syndrome as an example. Clin Psychol Rev. 1993; 13(2): 119-32.
Finley AG. Frank LS, Grunau RE, von Baeyer CL. Why children's pain matters. Pain: Clin Updates. 2005; 12(4): 1-6.
Frei-Jones MJ, Baxter AL, Rogers ZR, Buchanan GR. Vaso-occlusive episodes in older children with sickle cell disease: emergency department management and pain assessment. J Pediatr. 2008; 152(2):281-5.
Anand KJS. A fisiologia da dor em lactentes e crianças. In: A dor na infância. Nestlé Brasil. 2000; 59:1-9.
Berde C, Sethna NF. Anafgesics for the treatment of pain in children. N Engl J Med. 2002; 347(14):1094-103.
Jacobson SJ, Kopecky EA, Joshi P, Babu I N. Randomised trial of oral morphine for painful episodes of sickle- -cell disease in children. Lancet. 1997; 350(9088) 1358-61.
Newberger PF, Sallan SE, Chronic pain: principles of management. J Pediatr. 1981; 98(2):180-9.
Marlowue KF, Chicella MF. Treatment of sickle cell pain. Pharmacotherapy. 2002; 22(4):484-91.
Gel ler AK, O’Connor MK. The sickle cell crisis: a dilemma in pain relief. Mayo Clin Proc. 2008; 83(3):320-3.
Charache S. The treatment of sickfe cell anemia. Arch Intern Med. 1974; 133(4):698-705.
Steinberg MH. Drug therapy: Management of sickle cell disease. N Eng J Med. 1999; 340(13):1021-30.
Figueiredo MS. Situações de emergência. In: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes. Brasília Anvisa; 2002.
DE D. Sickle cell anaemia 2: management approaches of painful episodes. Br J Nurs. 2005; 14(9):484-9.
Jacob E, Miaskowski C, Savedra M, Beyer JE, Treadwell M, Styles L. Management of vaso-occlusive pain in children with sickle cell disease. J Pediatr Hematol Oncol. 2003; 25(4):307-11.
Jacob E, Mueller BU, Pain experience of children with sickle cell disease who had prolonged hospitalizations for acute painful episodes. Pain Med, 2008; 9(1):13-21.
Chapman Jl, EL-Shammaa EN, Bonsu BK. The utility of screening laboratory studies in pediatric patients with sickle cell pain episodes. Am J Emerg Med. 2004; 22(4) :258-63.
Saad STO. Medidas gerais para o tratamento das doenças falciformes. In: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes. Brasília: Anvisa; 2002.
National Institute of Health. The management of sickle cell disease. Treatment of acute and chronic complications. Bethesda: NIH Publication; 2002. p.59-74.
Rees DC, OFujohungbe AD, Parker NE, Stephens AD, Telfer P, Wright J. Guidelines for the management of the acute painful crisis in sickle cell disease. Brit J Haematol. 2003; 120(5):744-52.
Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias Protocolo de atendimento aos eventos agudos da doença falciforme. Belo Horizonte: Fundação Hemominas; 2005.
Bricks LF, Silva C AA. Recomendações para o uso de anti-inflamatórios não hormonais em pediatria Pediatria. 2005; 27(2):114-25.
Hilário MO, Terreri MT, Len CA. Nonsteroidal antiinflamrnatory drugs: cyclooxygenase 2 inhibitors. J Pediatr. 2006; 82(5 Suppl):S206-12.
Wethers DL. Sickle cell disease in childhood: Part II Diagnosis and treatment of major complications and recent advances in treatment. Am Fam Physician 2000; 62(6): 1309-14.
Jacob E, Miaskowski C, Savedra M, Beyer JE, Treadwe ll M. Styles L. Quantification of analgesic use in children with sickle cell disease. Clin J Pain. 2007; 23(1):8-14.
Lobo C, Marra VN, Silva FIMG. Crises dolorosas na doença falciforme. Rev Bras Hernatol Hemoter. 2007
(3):247-58.
Ballas SK. Meperidine for acute sickle cell pain in the emergency department: revisited controvery. Ann Emerg Med. 2008; 51 (2):217.
Sociedade Brasileira para estudo da Dor. Disponível em: <http://www.dor.org.br/dor_diagnosticos.asp>.