Violência intrafamiliar: adaptação brasileira e evidências psicométricas da Escala de Sinalização do Ambiente Natural Infantil

Autores

Palavras-chave:

Maus-tratos infantil, Família, Estudo de validação

Resumo

Este estudo objetivou adaptar a escala de Sinalização do Ambiente Natural Infantil para o contexto brasileiro, reunindo evidências de validade e precisão. Especificamente, buscou-se verificar a presença de comportamentos violentos no ambiente familiar dos adolescentes e identificar as vítimas desse tipo de violência. Participaram 249 adolescentes, com idades entre 13 e 19 anos. Os resultados apontaram para a existência de poucas situações de violência intrafamiliar e as vítimas mais frequentes eram crianças e adolescentes. Quanto ao instrumento, a análise fatorial confirmatória revelou índices de ajuste adequados, confirmando o modelo original da escala, composta por quatro fatores: abuso físico, abuso emocional, coerção e controle. A confiabilidade, avaliada através dos coeficientes alfa de Cronbach e ômega de McDonald, revelou indicadores satisfatórios semelhantes que variaram de 0,69 a 0,81. Destaca-se a importância de contar com um instrumento psicometricamente robusto, que possibilite avaliar a violência intrafamiliar no contexto brasileiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Avanci, J. Q., Assis, S. G., Santos, N. C., & Oliveira, R. V. C. (2005). Escala de violência psicológica contra adolescentes. Revista Saúde Pública, 39(5), 702-708. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102005000500002

Brasil. (2018). Ministério dos Direitos Humanos. Secretaria. Secretaria Nacional de Proteção dos Direitos da Criança e Adolescente. Violência contra crianças e adolescentes: análise de cenários e propostas de políticas públicas. Brasília: Ministério dos Direitos Humanos.

Byrne, B. M. (2016). Structural equation modeling with Amos: basic concepts, applications, and programming (3th ed.). New York: Routledge Academic.

Chaves, E., & Sani, A. (2014). Violência familiar: da violência conjugal à violência sobre a criança. Revista Eletrónica de Educação e Psicologia, 1(1), 1-10.

Correia, F., & Mota, C. (2017). Papel do ambiente familiar no desenvolvimento de sintomatologia psicopatológica em jovens adultos. Psicologia Clínica, 29(2), 253-271.

Faias, J., Caridade, S., & Cardoso, J. (2017). Exposição à violência familiar e abuso íntimo em jovens: que relação? Psychologica, 59(1), 7-23. http://dx.doi.org/10.14195/1647-8606_59-1_1

Grassi-Oliveira, R., Stein, L. M., & Pezzi, J. C. (2006). Tradução e validação de conteúdo da versão em português do Childhood Trauma Questionnaire. Revista de Saúde Pública, 40(2), 249-255. http://dx.doi.org/10.1590/S0034- 89102006000200010

Hair, J. F. J., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2015). Multivariate data analysis (7th ed.). Upper Saddle River: Prentice Hall.

Kalmakis, K. A., & Chandler, G. E. (2015). Health consequences of adverse childhood experiences: a systematic review. Journal of the American Association of Nurse Practitioners, 27(8), 457-465. http://dx.doi.org/10.1002/2327-6924.12215

Lourenço, L. M., Salgado, F. S., Amaral, A. C., Gomes, S. F. L., & Senra, L. X. (2011). O impacto do testemunho da violência interparental em crianças: uma breve pesquisa bibliométrica e bibliográfica. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 4(1), 104-111.

Madalena, M., Carvalho, L. F., & Falcke, D. (2018). Intimate partner violence: the predictive power of experiences in the family of origin and of personality disorder traits. Temas em Psicologia, 26(1), 75-91. http://dx.doi.org/10.9788/ TP2018.1-04Pt

Maia, R. C., Nunes, T. G. R., Silva, L. I. C., & Silva, K. M. (2017). Da proteção ao risco: configurações da violência intrafamiliar na juventude paraense. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 33, 1-8. http://dx.doi.org/10.1590/0102.3772e33312

Marôco, J. (2014). Análise de equações estruturais: fundamentos teóricos, software e aplicações (2a ed.). Portugal: ReportNumber.

McDonald, R. P. (1999). Test theory: a unified treatment. Mahwah: Erlbaum.

Miura, P. O., Silva, A. C. S., Pedrosa, M. M. M. P., Costa, M. L., & Nobre Filho, J. N. (2018). Violência doméstica ou violência intrafamiliar: análise dos termos. Psicologia & Sociedade, 30(1), 1-13. http://dx.doi.org/10.1590/1807- 0310/2018v30179670

Mota, R. S, Gomes, N. P., Estrela, F. M., Silva, M. A., Santana, J. D., Campos, L. M., & Cordeiro, K. C. C. (2018). Prevalência e fatores associados à vivência de violência intrafamiliar por adolescentes escolares. Revista Brasileira de Enfermagem, 71(3), 1022-1029. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0546

Oliveira, W. A., Silva, J. L., Fernandez, J. E. R., Santos, M. A., Caravita, S. C. S., & Silva, M. A. I. (2020). Family interactions and the involvement of adolescents in bullying situations from a bioecological perspective. Estudos de Psicologia (Campinas), 32(4), 641-652. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0275202037e180094

Pasquali, L. (2016). TEP – Técnicas de Exame Psicológico: os fundamentos (2a ed.). São Paulo: Vetor Editora.

Pereira, M. L., Ferraz, M. P. T., Peçanha, D. L. N., Mesquita, M. E., Finazzi, M. E. P, & Bordin, I. A. S. (2015). Family functioning in adolescents with major depressive disorder: a comparative study. Estudos de Psicologia (Campinas), 32(4), 641-652. http://dx.doi.org/10.1590/0103-166X2015000400007

Reichenheim, M. E., & Moraes, C. L. (2003). Adaptação transcultural do instrumento Parent-Child Conflict Tactics Scales (CTSPC) utilizado para identificar a violência contra a criança. Cadernos de Saúde Pública, 19(6), 1701-1712. http:// dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2003000600014

Reis, D. M., Prata, L. C. G., & Parra, C. R. (2018). O impacto da violência intrafamiliar no desenvolvimento psíquico infantil. Psicologia, 1(1), 1-20.

Revorêdo, L. S., Dantas, M. M. C., Maia, R. S., Torres, G. V., & Maia, E. M. C. (2016). Validação de conteúdo de um instrumento para identificação de violência contra criança. Acta Paulista de Enfermagem, 29(2), 205-2017. http:// dx.doi.org/10.1590/1982-0194201600029

Rocha, C., & Moraes, P. (2011). Violência familiar contra a criança e perspectivas de intervenção do Programa Saúde da Família: a experiência do PMF/Niterói (RJ, Brasil). Ciência e Saúde Coletiva, 16(7), 3285-3296. http://dx.doi.org/10.1590/ S1413-81232011000800028

Sani, A. I. (2003). As crenças, o discurso e a acção: as construções de crianças expostas à violência (Tese de doutorado não-publicada). Universidade do Minho, Braga. Recuperado de http://hdl.handle.net/1822/6958

Silva, J. C. F., & Gonçalves, S. M. M. (2019). Perfil da violência contra crianças e adolescentes segundo registros do Conselho Tutelar de um município da Baixada Fluminense. Revista Mosaico, 10(2), 2-9. http://dx.doi.org/10.21727/ rm.v10i2.1931

Souza, C. M., Vizzotto, M. M., & Gomes, M. B. (2018). Relação entre violência familiar e transtorno de estresse pós-traumático. Psicologia, Saúde & Doenças, 19(2), 222-233. http://dx.doi.org/10.15309/18psd190205

Tabachnick, B. G., & Fidell, L. S. (2013). Using multivariate statistics (6th ed.) New Jersey: Pearson Education.

Zambrano-Villalba, C. (2017). Violencia intrafamiliar y relaciones interpersonales en los escolares. Revista Ciencia UNEMI, 10(22), 111-117. http://dx.doi.org/10.29076/issn.2528-7737vol10iss22.2017pp111-117p

Zinbarg, R. E., Revelle, W., Yovel, I., & Li, W. (2005). Cronbach’s α, Revelle’s β, and McDonald’s ωH): their relations with each other and two alternative conceptualizations of reliability. Psychometrika, 70(1), 123-133. http://dx.doi. org/10.1007/s11336-003-0974-7

Downloads

Publicado

2023-02-07

Como Citar

SANTOS, J. L. F. dos, FONSECA, P. N. da, SOUZA FILHO, J. F. de, SILVA, P. G. N. da ., & COUTO, R. N. (2023). Violência intrafamiliar: adaptação brasileira e evidências psicométricas da Escala de Sinalização do Ambiente Natural Infantil. Estudos De Psicologia, 38. Recuperado de https://puccampinas.emnuvens.com.br/estpsi/article/view/7315

Edição

Seção

PSICOLOGIA SOCIAL E ORGANIZACIONAL