A experiência do pesquisador como instrumento na investigação de um fenômeno

um exemplo de pesquisa heurística

Autores

  • Elizabeth Brown Vallim BRISOLA Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Programa de Pós-Graduação em Psicologia
  • Vera Engler CURY Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Programa de Pós-Graduação em Psicologia como Profissão e Ciência. Av

Palavras-chave:

Pesquisa heurística, Psicologia fenomenológica, Intervenção psicológica

Resumo

O presente artigo objetivo apresentar o método heurístico como um modo fenomenológico de pesquisar a partir de um estudo realizado sobre a experiência de cantar. Descreve as seis fases que devem guiar o pesquisador: mengajamento inicial, imersão, incubação, iluminação, explicação e síntese criativa. Clark Moustakas (1923-2012), psicólogo clínico norte-americano que desenvolveu essa estratégia metodológica, contribuiu para o surgimento da Psicologia Humanista, juntamente com expoentes como Carl R. Rogers e Abraham H. Maslow. O método heurístico é singular por valorizar o envolvimento da experiência do pesquisador como instrumento na busca pela compreensão do fenômeno em foco. Reconhece a importância da intuição e do conhecimento tácito como elementos que possibilitam revelar a natureza do fenômeno e seus significados.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ales Bello, A. (2006). Fenomenologia e ciências humanas: implicações éticas. Memorandum, 11, 28-34.

Amatuzzi, M. M. (2010). Rogers: ética humanista e psicoterapia. Campinas: Alinea.

Batista, T. C., & Maciel, J. C. (2011). Um estudo sobre o olhar na construção do campo de pesquisa. Trabalho apresentado no II Congresso Sul Brasileiro de Fenomenologia & II Congresso Paranaense de Estudos Fenomenológicos, Curitiba.

Blau, D., Bach, L., Scott, M., & Rubin, S. (2013). Clarck Moustakas (1923-2012): Scholar, teacher, colleague and friend. The Humanistic Psychologist, 41(1), 97-99. http://dx.doi.org/10.1080/08873267.2013.752695

Brisola, E. B. V. (2000). Quem canta os males espanta: um estudo heurístico da vivência de cantar (Dissertação de mestrado não-publicada). Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Brisola, E. B. V. (2014). Fostering dignity through singing: Contributions from a heuristic research. Work presented in the 7th Annual Conference of Society for Humanistic Psychology, Palo Alto, CA.

Brisola, E. B. V., & Cury, V. E. (2013). Quando a experiência do pesquisador torna-se o elemento essencial na investigação de um fenômeno: um exemplo de pesquisa heurística. Trabalho apresentado no II Congresso Sul Brasileiro de Fenomenologia & II Congresso Paranaense de Estudos Fenomenológicos, Curitiba.

Campos, A. P. S., & Cury, V. E. (2009). Atenção psicológica clínica: encontros terapêuticos com crianças em uma creche. Paidéia, 19(42), 115-121.

Douglass, B., & Moustakas, C. (1985). Heuristic inquiry: The internal search to know. Journal of Phenomenological Psychology, 25(3), 39-54.

Gomes, W. B. (2007). Distinção entre procedimentos técnico e lógico na análise fenomenológica. Revista da Abordagem Gestáltica, 13(2), 228-240.

Heuristic. (n.d.). In Merriam-Webster’s online dictionary. Retrieved May 2, 2014, from http://www.merriamwebster.com/dictionary/heuristic

Hiles, D. (2001). Heuristic inquiry and transpersonal research. Paper presented to CCPE, London. Retrieved October 21, 2014, from http://psy.dmu.ac.uk/drhiles/Hlpaper.htm

Holanda, A. (2006). Questões sobre pesquisa qualitativa e pesquisa fenomenológica. Análise Psicológica, 3(XXIV), 363-372.

Kenny, G. (2012). An introduction to Moustakas’s heuristic method. Nurse Researcher, 19(3), 6-11.

Maciel, J. C. (2004). A ciência psicológica em primeira pessoa: o sentido do método heurístico de Clark

Moustakas para a pesquisa em Psicologia (Tese de doutorado não-publicada). Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Maciel, J. C. (2011). Pesquisa heurística e psicologia social: proposição e perspectivas. Trabalho apresentado no 16º Encontro Nacional de Psicologia Social da ABRAPSO, Recife.

Madill, A., & Gough, B. (2008). Qualitative research and its place in psychological science. Psychological Methods, 13(3), 254-271. http://dx.doi.org/10.1037/a0013220

Moustakas, C. (1953). Children in play therapy. New York: McGraw-Hill.

Moustakas, C. (1961). Loneliness. Englewood Cliffs: Prentice-Hall.

Moustakas, C. (1972). Loneliness and love. Englewood Cliffs: Prentice-Hall.

Moustakas, C. (1975). The touch of loneliness. Englewood

Cliffs: Prentice-Hall.

Moustakas, C. (1981). Rythms, rituals and relationships. Detroit: Center for Humanistic Studies.

Moustakas, C. (1990a). Heuristic research: Design and methodology. Person-Centered Review, 5(2), 170-190.

Moustakas, C. (1990b). Heuristic research: Design, methodology, and applications. London: Sage.

Moustakas, C. (1992). Firebrand: The experience of being different. The Humanistic Psychologist, 20(2-3), 175-188.

Moustakas, C. (1994a). Phenomenological research methods. London: Sage.

Moustakas, C. (1994b). The I and thou of evidence: A fusion of opposites. The Humanistic Psychologist,

(2), 238-240.

Moustakas, C. (1995). Being-in, being-for, being-with. Lanham: Rowman & Littlefield.

Moustakas, C. (2001). Heuristic research: Design and methodology. In K. J. Schneider, J. F. T. Bugental, & J.

F. Pierson (Eds.), The handbook of humanistic psychology: Leading edges in theory, research, and practice. London: Sage.

Moustakas, C. (2002). Solitude and communion. Association for the Integration of the Whole Person, 2(2), 15.

Mozena, H., & Cury, V. E. (2010). Plantão psicológico em um serviço de assistência judiciária. Memorandum, 19, 65-78.

Perches, T. H. P., & Cury, V. E. (2013). Plantão psicológico em hospital geral e o processo de mudança psicológica. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 29(3), 313-320.

Polanyi, M. (1966). The logic of tacit inference. Philosophy, 41(155), 1-18.

Rennie, D. (2012). Qualitative research as methodical hermeneutics. Psychological methods, 17(3), 385-398. http://dx.doi.org/10.1037/a0029250385

Sales, Y. N., Sousa, A. F., & Cavalcante Junior, F. S. (2012). Ciência e pesquisa centradas na pessoa: três modelos e seus efeitos na condução da investigação acadêmica. Revista do NUFEN, 4(2), 99-112.

Santana, S. C., & Maciel, J. C. (2011). Pesquisa heurística e clínica do social: um ensaio teórico-prático. Trabalho apresentado no II Congresso de Estudos Fenomenológicos do Paraná e II Congresso Sul Brasileiro de Fenomenologia, Curitiba.

Schneider, K. J., Bugental, J. F. T., & Pierson, J. F. (2001). Handbook of humanistic psychology: Leading edges in theory, research, and practice. London: Sage.

Stubbs, J. P. (1992). Individual experiencing in personcentered community workshops: A cross-cultural study (Doctoral dissertation unpublished). University of Georgia, Athens.

Vasconcelos, T. P. (2009). A atitude clínica no plantão psicológico: composição da fotografia experiencial do terapeuta-sherpa (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade de Fortaleza, Ceará.

Vian, O. (2008). Experiências vividas no planejamento de cursos instrumentais: percursos de transformação numa abordagem heurístico-fenomenológico-hermenêutica. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, 8(2), 465-488.

Villar, A. S., & Maciel, J. C. (2011). Sentido de reuniões de devolutiva no contexto da investigação científica. Trabalho apresentado no I Congresso de Estudos Fenomenológicos do Paraná e II Congresso Sul Brasileiro de Fenomenologia, Curitiba.

Downloads

Publicado

2023-03-15

Como Citar

BRISOLA, E. B. V., & CURY, V. E. (2023). A experiência do pesquisador como instrumento na investigação de um fenômeno: um exemplo de pesquisa heurística. Estudos De Psicologia, 33(1). Recuperado de https://puccampinas.emnuvens.com.br/estpsi/article/view/7796

Edição

Seção

PSICOLOGIA DA SAÚDE