Rogers e Heidegger

um encontro possível?

Autores

  • Elza Maria do Socorro DUTRA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

Palavras-chave:

Carl Rogers, Psicologia humanista, Martin Heidegger, Psicologia fenomenológica, Self

Resumo

Este artigo tem como objetivo propor uma aproximação entre o constructo self, como pensado pelo psicólogo Carl Rogers em sua Teoria de Personalidade, e a noção de ser-aí, ideia presente na Analítica da Existência desenvolvida pelo filósofo alemão Martin Heidegger. Tendo como referência os autores mencionados, discute-se a possibilidade de uma nova visão do self a partir das contribuições de Eugene Gendlin à Terapia Centrada no Cliente. A despeito do reconhecimento das diferenças dos campos epistemológico e ontológico em que os autores se situam, considera-se possível uma aproximação entre self e ser-aí. Espera-se que o debate sobre essa questão possa contribuir para o enriquecimento da Psicologia Fenomenológica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Binswanger, L. (1971). Introduction à l´analyse existentelle. Paris: Les Editions de Minuit. (Publié à l’origine en 1947).

Bloc, L., Souza, C., & Moreira, V. (2016). Phenomenology of depression: Contributions of Minkowski, Binswanger, Tellenbach and Tatossian. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(1), 107-116. http://dx.doi.org/10.1590/1982-027520160001000011

Boss, M. (1988). Angústia, culpa e libertação. São Paulo: Livraria Duas Cidades.

Brisola, E. B. V., & Cury, V. E. (2016). Researcher experience as an instrument of investigation of a phenomenon: An example of heuristic research. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(1), 95-105. http://dx.doi.org/10.1590/1982-027520160001000010

Crowell, S. (2013). Normativity and Phenomenology in Husserl and Heidegger. New York: Cambridge University Press.

Dutra, E. (2000). Compreensão de tentativas de suicídio de jovens sob o enfoque da abordagem centrada na pessoa (Tese de Doutorado não-publicada). Universidade de São Paulo.

Feijoo, A. M. L. C. (2011). A crise da subjetividade e o despontar das Psicologias Fenomenológicas. Psicologia em Estudo (Maringá), 16(3), 409-417.

Gendlin, E. (1970a). A theory of personality change. In J. T. Hart & T. M. Tomlinson (Orgs.), New directions in client: Centered therapy. Boston: Houghton Mifflin Company.

Gendlin, E. (1970b). Existentialism and experiential psychotherapy. In J. T. Hart & T. M. Tomlinson (Orgs.), New directions in client: Centered therapy. Boston: Houghton Mifflin Company.

Gendlin, E. (1973). Experiencial phenomenology. In M. Natalson (Org.), Phenomenology and the Social Sciences. Evanston: Northwestern University Press.

Gendlin, E. (1978/1979). Befindlickeit: Heidegger and the philosophy of Psychology. Journal of Existential Psychology and Psychiatry, 16(1-3), 43-71.

Heidegger, M. (1999). Ser e tempo (8ª ed., vol. I e II) Petrópolis: Vozes. (Originalmente publicado em 1927).

Klein, P., & Westcott, M. R. (1994). The changing character of Phenomenological Psychology. Canadian Psychology/Psychologie Canadienne, 35(2), 133-158.

Mcdonald, M., & Wearing, S. (2013). A reconceptualisation of the self in humanistic psychology: Heidegger, Foucault and the sociocultural turn. Journal of Phenomenological Psychology, 44(1), 37-59.

Messias, J. C. C., & Cury, V. (2006). Psicoterapia centrada na pessoa e o impacto do conceito de experienciação. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(3), 355-361.

Pagès, M. (1976). Orientação não-diretiva em Psicoterapia e em Psicologia Social. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Rezola, J. M. G. (1975). La psicoterapia de Carl R. Rogers. Sus origenes, evolucion y relacion com la psicologia cientifica. Bilbao: Editorial Española Desclée de Brouwer.

Roehe, M. V., & Dutra, E. (2014). Dasein, o entendimento de Heidegger sobre o modo de ser humano. Avances en Psicología Latinoamericana, 32(1), 105-113.

Rogers, C. (1959). A theory of therapy, personality and interpersonal relationship as developed in the clientcentered framework. In S. Koch (Ed.), Psychology, a study of a science (vol.3). New York: McGraw-Hill.

Rogers, C. (1963). The actualizing tendency in relation to “motives” and to consciousness. In M. R. Jones (Ed.), Nebraska symposium on motivation. Oxford: University of Nebraska Press.

Rogers, C. (1974). Tornar-se pessoa. Lisboa: Moraes.

Rogers, C. (1975). Terapia centrada no paciente. São Paulo: Martins Fontes.

Rogers, C. (1994). Algumas observações sobre a organização da personalidade. In J. K. Woood (Org.), Abordagem centrada na pessoa. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida.

Rogers, C., & Kinget, M. (1975). Psicoterapia e relações humanas. Belo Horizonte: Interlivros.

Snygg, D., & Combs, A. W. (1949). Individual behavior: A perceptual approach to behavior. New York: Harper & Row Publishers.

Spiegelberg, H. (1972). Phenomenology in Psychology and Psychiatry. Evanston: Northwestern University Press.

Stein, E. (1983). A questão do método na Filosofia. Um estudo do modelo Heideggeriano. Porto Alegre: Movimento.

Downloads

Publicado

2023-03-22

Como Citar

DUTRA, E. M. do S. (2023). Rogers e Heidegger: um encontro possível?. Estudos De Psicologia, 33(3). Recuperado de https://puccampinas.emnuvens.com.br/estpsi/article/view/7958

Edição

Seção

SEÇÃO TEMÁTICA: PSICOLOGIA E FENOMENOLOGIA: UM CAMPO DE INTERLOCUÇÕES EM PROCESS