Estilos linguísticos de educadoras e habilidades sociocomunicativas infantis aos 24, 30 e 36 meses em contextos de leitura

Autores

  • Deborah Dornellas RAMOS Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educação e Saúde.
  • Nádia Maria Ribeiro SALOMÃO Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social.

Palavras-chave:

Creches, Desenvolvimento infantil, Interação social, Linguagem

Resumo

Por meio do presente estudo, objetivou-se analisar a interação educadora-criança, considerando os estilos linguísticos das educadoras e o desenvolvimento das habilidades sociocomunicativas infantis, a partir da Perspectiva da Interação Social dos Estudiosos da Linguagem. As interações foram observadas longitudinalmente, entre três educadoras e oito crianças aos 24, 30 e 36 meses de idade, em contextos diádicos e poliádicos de leitura. Categorias interacionais foram elaboradas para a análise dos dados. Na faixa etária dos 24 meses, as crianças apresentaram índices elevados de “não resposta” e “respostas verbais adequadas”. Aos 30 meses, prevaleceram as “respostas verbais adequadas”, as quais foram seguidas das “falas iniciativas” em torno dos 36 meses. Entre as educadoras, os “assertivos” e os “diretivos de atenção” sobressaíram aos 24 meses, enquanto aos 30 e 36 meses, as “requisições” foram mais frequentes. Os estilos considerados favorecedores do desenvolvimento sociocomunicativo infantil, como as “requisições” e as “reformulações”, predominaram nos contextos diádicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aimard, P. (2008). O surgimento da linguagem na criança. Porto Alegre: Artes Médicas.

Braz-Aquino, F. S., & Salomão, N. M. R. S. (2005). Estilos diretivos maternos apresentados a meninos e meninas. Estudos de Psicologia (Natal), 10(2), 223-230.

Bressani, M. C. L., Bosa, C. A., & Lopes, R. S. (2007). A responsividade educadora-bebê em um berçário: um estudo exploratório. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 17(3), 21-36.

Bruner, J. (1998). Atos de significação. Porto Alegre: Artes Médicas.

Cameron-Faulkner, T., & Noble, C. (2013). A comparison of book text and Child Directed Speech. First Language, 33(3), 268-279.

Capovilla, F. C., & Capovilla, A. G. S. (1997). Desenvolvimento linguístico na criança dos dois aos seis anos: tradução e estandardização do Peabody Picture Vocabular Test de Dunn & Dunn, e da Language Development Survey de Rescorla. Ciência Cognitiva: Teoria, Pesquisa e Aplicação, 1(1), 353-380.

Clark, E. V. (2009). First language acquisition. Cambridge: Cambridge University Press.

Farrant, B. M., & Zubrick, S. R. (2011). Early vocabular development: The importance of joint attention and parent-child book reading. First Language, 32(3), 343-364.

Fonsêca, P. N., & Salomão, N. M. R. (2006). Contingência semântica das falas materna e paterna: uma análise comparativa. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(1), 91-97.

Fontes, M. J. O., & Cardoso-Martins, C. (2004). Efeitos da leitura de histórias no desenvolvimento da linguagem de crianças de nível sócio-econômico baixo. Psicologia: Reflexão e Crítica, 17(1), 83-94.

Garton, A. F. (1992). Social interaction and the development of language and cognition. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates.

Girolametto, L., & Weitzman, E. (2002). Responsiveness of child care providers in interactions with toddlers and preschoolers. Language, Speech and Hearing Services in Schools, 33(4), 268-281.

Girolametto, L., Weitzman, E., van Lieshout, R., & Duff, D. (2000). Directiveness in teachers’ language input to toddlers and preschoolers in day care. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, 43(5), 1101-1114.

Hoff, E. (2010). Context effects on young children’s language use: The influence of conversational setting and partner. First Language, 30(3-4), 461-472.

Kelly, K. R., & Bailey, A. L. (2012). Becoming independente storytellers:Modeling children’s development of narrative macrostructure. First Language, 33(1), 68-88.

Lordelo, E. R. (1998). Educadores de creche: concepções e prática. InterAÇÃO, 2, 113-132.

Luo, Y., Snow, K. E., & Chang, C. (2012). Mother-child talk during joint book reading in low-income American and Taiwanese families. First Language, 32(4), 494-511.

MacWhinney, B. (2000). The CHILDES project: Tools for analyzing talk (3rd ed.). Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates.

Milburn, T. F., Girolametto, L. E., Weitzman, E., & Greenberg, J. (2013). Enhancing preschool educators’ ability to facilitate conversations during shared book reading. Journal of Early Childhood Literacy, 0(0), 1-36.

Nelson, K. E., Welsh, J. A., Trup, E. M. V., & Greenberg, M. T. (2011). Language delays of impoverished preschool children in relation to early academic and emotion recognition skills. First Language, 31(2), 164-194.

Nyhout, A., & O’Neill, D. K. (2013). Mothers’ complex talk when sharing books with their toddlers: Book genre matters. First Language, 33(2), 115-131.

Perroni, M. C. (1992). Desenvolvimento do discurso narrativo. São Paulo: Martins Fontes.

Pile, E. J. N., Girolametto, L., Johnson, C. J., Chen, X., & Cleave, P. L. (2010). Shared book reading intervention for children with language impairment: Using parentes as-aides in language intervention. Canadian Journal of Speech-Language Pathology and Audiology, 34(2), 96-109.

Pine, J. M. (1994). The language of primary caregivers. In C. Gallaway & B. J. Richards (Orgs.), Input and interaction in language acquisition (pp.15-37). London: Cambridge University Press.

Ramos, D. D., & Salomão, N. M. R. (2012). Interação educadora- criança em creches públicas: estilos linguísticos. Psicologia em Estudo, 17(1), 15-25.

Rescorla, L. (1989). The language development survey a screening tool for delayed language in toddlers. Journal of Speech and Hearing Disorders, 54(4), 587-599.

Rodrigues, M. C., Ribeiro, N. N., & Cunha, P. C. (2012). Leitura mediada com enfoque sociocognitivo: avaliação de uma pesquisa-intervenção. Paidéia, 22(53), 393-402.

Rossetti-Ferreira, M. C., Amorim, K. S., & Vitória, T. (1994). A creche enquanto contexto possível de desenvolvimento da criança pequena. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 4(2), 35-40.

Salomão, N. M. R. (2012). A fala dirigida à criança e o desenvolvimento linguístico infantil. In C. Piccinini & P. Alvarenga (Eds.), Maternidade e paternidade: a parentalidade em diferentes contextos (pp.152-167). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Santos, E. R. F. (2012). Concepções de desenvolvimento infantil e estilos comunicativos nas interações educador-criança (Tese de doutorado não-publicada). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

Sigolo, S. R. R. L. (2000). Diretividade materna e socialização de crianças com atraso de desenvolvimento. Paidéia, 10(19), 47-54.

Snow, C. E. (1997). Questões no estudo do input: sintonia, universalidade, diferenças individuais e evolutiva, e causas necessárias. In P. Fletcher & B. MacWhitnney (Eds.), Compêndio da linguagem da criança (pp.153-163). Porto Alegre: Artes Médicas.

Stich, M., Girolametto, L., Johnson, C. J., Cleave, P. L., & Chen, X. (2013). Contextual effects on the conversations of mothers and their children with language impairment. Applied Psycholinguistics, 36(2), 1-22

Tamis-LeMonda, C. S., Baumwell, L., & Cristofaro, T. (2012). Parent-child conversations during play. First Language, 32(4), 413-438.

Tomasello, M., Carpenter, M., Call, J., Behne, T., & Moll, H. (2005). Understanding and sharing intentions: The origins of cultural cognition. Behavioral and Brain Sciences, 28(5), 675-691.

Trevarthen, C. (2011). The generation of human meaning: How shared experience grows in infancy. In A. Seemann (Ed.), Joint attention: New developments in Psychology, Philosophy of mind, and Social neuroscience. Cambridge: MIT Press.

Downloads

Publicado

2023-03-22

Como Citar

RAMOS, D. D., & SALOMÃO, N. M. R. (2023). Estilos linguísticos de educadoras e habilidades sociocomunicativas infantis aos 24, 30 e 36 meses em contextos de leitura. Estudos De Psicologia, 33(3). Recuperado de https://puccampinas.emnuvens.com.br/estpsi/article/view/7980

Edição

Seção

PSICOLOGIA EDUCACIONAL