Frequência de desnutrição em crianças com paralisia cerebral: diferenças entre começar a intervenção nutricional antes ou após cinco anos de idade
Palavras-chave:
Paralisia cerebral, Criança, Comportamento alimentar, Consumo de alimentos, DesnutriçãoResumo
Objetivo
Avaliar frequência da desnutrição e consumo alimentar de crianças com paralisia cerebral de acordo com a idade do início do tratamento de reabilitação fonoaudiológica e nutricional.
Métodos
Foram incluídas crianças de 2 a 11 anos com diagnóstico de paralisia cerebral e que tinham até três meses de reabilitação fonoaudiológica e nutricional em dois centros de referência em Recife, Pernambuco. Submetidas a medidas de peso, altura do joelho, circunferência do braço e dobra cutânea tricipital. Peso, estatura estimada e índice de massa corporal foram classificados em escore-Z pelas curvas da Organização Mundial da Saúde. Circunferência braquial, dobra cutânea tricipital e circunferência muscular do braço foram classificados segundo Frisancho. Utilizou-se o recordatório das 24 horas para calcular consumo de calorias, proteínas, cálcio, ferro, vitamina A e zinco, pelo software NutriWin®.
Resultados
Foram avaliados 68 pacientes. Crianças maiores que cinco anos tiveram maior frequência de desnutrição quando se considerava peso (p=0,02) e ou circunferência muscular do braço (p<0,001) apesar de menor desnutrição pela dobra tricipital (p=0,002). Estas também tinham menor consumo de calorias/kg/dia, proteína/kg/dia e cálcio do que os menores.
Conclusão
O maior comprometimento nutricional a partir de cinco anos sugere que intervenções nutricionais e fonoaudiológicas poderiam ter maior efeito caso fossem realizadas antes dessa idade.
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