Comparação do efeito da alimentação enteral contínua com o efeito da alimentação intermitente nos níveis plasmáticos de leptina e grelina em Unidades de Terapia Intensiva
Palavras-chave:
Metabolismo energético, Nutrição enteral, Grulina, LeptinaResumo
Objetivo
Este ensaio aleatório prospectivo tem por objetivo verificar se existe uma associação entre o programa de administração de nutrição enteral e os hormonios leptina e grelina, os quais funcionam no metabolismo energético.
Métodos
Este estudo incluiu 38 pacientes de Unidades de Terapia Intensiva, com idades entre os 18 e os 85 anos, que receberam nutrição enteral. Os pacientes foram escolhidos aleatoriamente para receberem nutrição enteral utilizando infusão contínua (n=19) ou intermitente (n=18). Além de exames bioquímicos de rotina, foram colhidas amostras de sangue dos pacientes para análises dos níveis de leptina e grelina no 1º, 7º e 14º dias de nutrição enteral.
Resultados
Não houve diferença estatística significante entre os grupos em relação a dados descritivos e variáveis categóricas tais como doenças subjacentes, complicações, utilização de esteroides e outros (p>0,05). A diminuição no número de leucócitos e nos níveis de creatinina e proteína C-reativa com o tempo foi estatisticamente significativa (p=0,010, p=0,026, p<0,001, respetivamente). Não existiu diferença com significância estatística entre os grupos em relação aos níveis de leptina e grelina (p=0,982 e p=0,054). Embora os níveis de leptina não mudaram com o tempo, os níveis de grelina de ambos os grupos foram significativamente superiores no 7° e 14° dias quando comparados aos verificados na análise do primeiro dia (p=0,003).
Conclusão
Este estudo revelou que os programas de nutrição enteral contínua e intermitente foram bem tolerados com pequenas complicações apresentadas pelos pacientes em Unidades de Terapia Intensiva. O padrão de administração de nutrição enteral por si só não afetou os níveis de leptina e grelina. Estudos controlados aleatórios em coortes maiores são necessários para verificar qual programa de administração de nutrição enteral, intermitente ou a contínuo, é mais adaptável ao padrão de secreção diurno de hormônios metabólicos.
Referências
Park HK, Ahima RS. Physiology of leptin: Energy homeostasis, neuroendocrine function and metabolism. Metabolism. 2015;64(1):24-34. https://doi.org/10.1016/j.metabol.2014.08.004
Paz-Filho G, Mastronardi CA, Licinio J. Leptin treatment: Facts and expectations. Metabolism. 2015;64(1):146-56. https://doi.org/10.1016/j.metabol.2014.07.014
Müller TD, Nogueiras R, Andermann ML, Andrews ZB, Anker SD, Argente J, et al. Ghrelin. Mol Metab. 2015;4(6):437-60. https://doi.org/10.1016/j.molmet.2015.03.005
Kasacka I, Arciszewski M, Łebkowski W. Extraordinary level of hormone and number of ghrelin cells in the stomach and duodenum of an obese woman. Acta Histochem. 2014;116(1):230-4. https://doi.org/10.1016/j.acthis.2013.05.007
Bowers DF. The initiation and progression of tube feeding. In: Zaloga GP, editor. Nutrition in critical care. Saint Louis: Mosby; 1994. p.361-9.
Holliday MA, Segar WE. The maintenance need for water in parenteral fluid therapy. Pediatrics. 1957;19(5):823-32.
Stratton RJ, Stubbs RJ, Elia M. Bolus tube feeding suppresses food intake and circulating ghrelin concentrations in healthy subjects in a shortterm placebo-controlled trial. Am J Clin Nutr. 2008;88(1):77-83.
Klok MD, Jakobsdottir S, Drent ML. The role of leptin and ghrelin in the regulation of food intake and body weight in humans: A review. Obes Rev. 2007;8(1):21-34.
Licinio J, Negrão AB, Mantzoros C, Kaklamani V, Wong ML, Bongiorno PB, et al. Synchronicity of frequently sampled, 24-h concentrations of circulating leptin, luteinizing hormone, and estradiol in healthy women. Proc Natl AcadSci. 1998;95(5):2541-6.
Meier U, Gressner AM. Endocrine regulation of energy metabolism: Review of pathobiochemical and clinical chemical aspects of leptin, ghrelin, adiponectin, and resistin. Clin Chem. 2004;50(9):1511-25.
Schoeller DA, Cella LK, Sinha MK, Caro JF. Entrainment of the diurnal rhythm of plasma leptin to meal timing. J Clin Invest. 1997;100(7):1882-7.
Ariyasu H, Takaya K, Tagami T, Ogaw Y, Hosada K, Akamizu T, et al. Stomach is a major source of circulating ghrelin, and feding state determines plasma ghrelin-like immunoreactivity levels in humans. J Clin Endocrinol Metab. 2001;86(10):4753-8.
Sato T, Nakamura Y, Shiimura Y, Ohgusu H, Kangawa K, Kojima M. Structure, regulation and function of ghrelin. J Biochem. 2012;151(2):119-28. https://doi.org/10.1093/jb/mvr134
Massanet PL, Petit L, Louart B, Corne P, Richard C, Preiser JC. Nutrition rehabilitation in the intensive care unit. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2015;39(4):391-400. https://doi.org/10.1177/0148607114567901
Stratton RJ, Stubbs RJ, Elia M. Short-term continuous enteral tube feding schedules do not suppress appetite and food intake in healthy men in a placebo-controlled trial. J Nutr. 2003;133(8):2570-6.
Kadamani I, Itani M, Zahran E, Taha N. Incidence of aspiration and gastrointestinal complications in critically ill patients using continuous versus bolus infusion of enteral nutrition: A pseudo-randomised controlled trial. Aust Crit Care. 2014;27(4):188-93.
https://doi.org/10.1016/j.aucc.2013.12.001
Tavares de Araujo VM, Gomes PC, Caporossi C. Enteral nutrition in critical patients; should the administration be continuous or intermittent? Nutr Hosp. 2014;29(3):563-7. https://doi.org/10.3305/nh.2014.29.3.7169
David A, Lloyd J, Powell-Tuck J. Artificial nutrition: Principles and practice of enteral feeding. Clin Colon Rectal Surg. 2004;17(2):107-18. https://doi.org/10.1055/s-2004-828657
Aguilera-Martinez R, Ramis-Ortega E, Carratala-Munuera C, Fernandez-Medina JM, Saiz-Vinuesa MD, Barrado-Narvion MJ. Effectiveness of continuous enteral nutrition versus intermittent enteral nutrition in intensive care patients: A systematic review. JBI Database System Rev Implement Rep. 2014;12(1):281-317.
Yousry A. Continuous versus bolus infusion of enteral nutrition in intensive care unit. AAMJ. 2012;10(3):Suppl-2.
Serpa LF, Kimura M, Faintuch J, Ceconello I. Effects of continuous versus bolus infusion of enteral nutrition in critical patients. Rev Hosp Clin Fac Med São Paulo. 2003;58(1):9-14.
Yousef AA, Amr YM, Suliman GA. The diagnostic value of serum leptin monitoring and its correlation with tumor necrosis factor-alpha in critically ill patients: A prospective observational study. Crit Care. 2010;14(2):R33. https://doi.org/10.1186/cc8911
Tzanela M, Orfanos SE, Tsirantonaki M, Kotanidou A, Sotiropoulou Ch, Christophoraki M, et al. Leptin alterations in the course of sepsis in humans. In Vivo. 2006;20(4):565-70.
Yu PJ, Cassiere HA, Dellis SL, Manetta F, Kohn N, Hartman AR. Impact of preoperative prealbumin on outcomes after cardiac surgery. J Parenter Enteral Nutr. 2015;39(7):870-4. https://doi.org/10.1177/0148607114536735
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Özgür YAĞAN, Nilay TAŞ, Sema Nur AYYILDIZ, Murat KARAKAHYA, Tevfik NOYAN
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
