Avaliação do impacto de uma intervenção no ambiente escolar sobre o consumo de frutas e hortaliças por alunos e professores

Autores

  • Silvia Cristina FARIAS Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Inês Rugani Ribeiro de CASTRO Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Virgínia Martins da MATTA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
  • Luciana Maria Cerqueira CASTRO Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Frutas, Estudo de intervenção, Promoção da Alimentação Saudável, Estudantes. Verduras

Resumo

Objetivo
Avaliar o impacto de uma intervenção dirigida à promoção de frutas e hortaliças sobre o consumo desses alimentos por alunos e professores no Rio de Janeiro (RJ).

Métodos
Trata-se de estudo de intervenção do tipo antes e depois, não randomizado, com alunos e professores do primeiro ciclo do ensino fundamental de escolas públicas do Rio de Janeiro. A intervenção abarcou um curso de formação sobre promoção da alimentação saudável, distribuição de materiais educativos e realização de feira de saúde na comunidade. Foram avaliadas as atividades de promoção da alimentação saudável desenvolvidas, o consumo usual de frutas e hortaliças pelos professores e o consumo pelos alunos das frutas e hortaliças oferecidas pelo Programa de Alimentação Escolar.

Resultados
Foi observada adesão à alimentação escolar de 65,1% e alta proporção (≥79,4%) de alunos que aceitaram e que consumiram frutas e hortaliças na escola no momento pré-intervenção. Observaram-se baixa proporção de consumo regular de verduras (36,4%) e alta de frutas e legumes (>75,0%) entre os professores. A intervenção atingiu nível intermediário de implementação (52,7%), tendo sido bem avaliada pelos professores. Foi observado aumento da aceitação de hortaliças entre alunos das escolas com melhor nível de implementação da intervenção (p=0,009). Não houve mudança no consumo de frutas e hortaliças entre professores.

Conclusão
Os resultados alcançados foram modestos em termos de variação do consumo de frutas e hortaliças entre os alunos. O presente estudo contribui para o desenho de estudos de intervenção no ambiente escolar no contexto brasileiro, uma vez que articulou o Programa Nacional de Alimentação Escolar com ações educativas. 

Referências

World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases: Report of a joint WHO/FAO expert consultation. Geneva: WHO; 2003.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesqui sa de orçamentos familiares 2008-2009: avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimen tos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.

Brug J, Tak NI, Velde SJ, Bere E, Bourdeaudhuij I. Taste preferences, liking and other factors related to fruit and vegetable intakes among schoolchildren: Results from observational studies. Br J Nutr. 2008; 99(Suppl 1):S7-S14. doi: 10.1017/S0 007114508892458

World Health Organization. Fruit and vegetable promotion initiative: Report of the meeting 25-27 August 2003. Geneva: WHO; 2003.

Pomerleau J, Lock K, Knai C, Mckee M. Effectiveness of interventions and programmes promoting fruit and vegetable intake. Geneva: WHO; 2005.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Interministerial n° 1.010, de 8 de maio de 2006. Institui as diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. Brasília: Ministério da Saúde. 2006 9 maio, Seção 1, p.70.

Davanço GM, Taddei JAAC, Gaglianone CP. Conhecimentos, atitudes e práticas de professores de ciclo básico, expostos e não expostos a Curso de Educação Nutricional. Rev Nutr. 2004; 17(2): 177-84. doi: 10.1590/S1415-5273200400020 0004

Schmitz BAS, Recine E, Cardoso GT, Silva JRM, Amorim NFA, Bernardon R, et al. A escola promo vendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar. Cad Saúde Pública. 2008; 24(2):312-22.

Bernardon R, Silva JRM, Cardoso GT, Monteiro RA, Amorim NFA, Schmitz BAS, et al. Construção de metodologia de capacitação em alimentação e nutrição para educadores. Rev Nutr. 2009; 22(3): 389-98. doi: 10.1090/S1515-5273200900030 0009

Lock K, Pomerleau J, Knai C, Mckee M. Improving the worldwide evidence-based effective interventions and programmes designed to increased fruit and vegetable intake. Rev Chilena Nutr. 2006; 3(1):239-51.

Knai C, Pomerleau J, Lock K, Mckee M. Getting children to eat more fruit and vegetables: A systematic review. Prev Med. 2006; 42:85-95. doi: 10.1016/j.ypmed.2005.11.012

Deminice R, Laus MF, Marins TM, Silveira SDO, Dutra-de-Oliveira JE. Impacto de um programa de educação alimentar sobre conhecimentos, práticas alimentares e estado nutricional de escolares. Aliment Nutr. 2007; 18:35-40.

Gabriel CG, Santos MV, Vasconcelos FAG. Avaliação de um programa para promoção de hábitos alimen tares saudáveis em escolares de Florianópolis, SantaCatarina, Brasil. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2008; 8(3):299-308.

Vargas ICS, Sichieri R, Sandre-Pereira G, Veiga GV. Avaliação de programa de prevenção de obesidade em adolescentes de escolas públicas. Rev Saúde Pública. 2011; 45(1):59-68.

Campos A, Pochmann M, Amorim R, Silva R. Atlas da exclusão social no Brasil: dinâmica e manifes tação territorial. 2ª ed. São Paulo: Cortez; 2003.

Maldonado LA, Azevedo AMF, Castro IRR. O pro grama de alimentação Escolar como estratégia de promoção da saúde na cidade do Rio de Janeiro. In: Brasil. Ministério da Saúde, Organização Pan-Ame ricana da Saúde. Escolas promotoras de saúde: experiências no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. Série Promoção de Saúde, n. 6.

Gibson, R. Principles of nutritional assessment. 2nd ed. New York: Oxford University Press; 2005.

Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar: como ter uma alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

Bere E, Klepp KI. Changes in accessibility and preferences predict children’s future fruit and vegetable intake. Int J Behav Nutr Phys Act. 2005; 2:15-22.

Jaime P, Monteiro CA. Fruit and vegetable intake by Brazilian adults, 2003. Cad Saúde Pública. 2005; 21(Suppl 1):19-24.

Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2008: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doen ças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Mi nistério da Saúde; 2009. Série G. Estatística e Infor mação em Saúde.

Yngve A, Wolf A, Poortvliet E, Elmadfa I, Brug J, Ehrenblad B, et al. Fruit and vegetable intake in a sample of 11-year-old children in 9 European countries: The pro children cross-sectional survey. Ann Nutr Metabol. 2005; 49(4):236-45.

Swinburn B, Egger G, Raza F. Dissecting obesogenic environments: The development and application of a framework for identifying and prioritizing environmental interventions for obesity. Prev Med. 1999; 29(6 Pt 1):563-70.

Velde SJ, Brug J, Wend M, Hildomen C, Bjelland M, Pérez-Rodrigo C, et al. Effects of a comprehensive fruit- and vegetable-promoting school-based intervention in three European countries: The Pro Children Study. Br J Nutr. 2008; 99(4):893-903.

Castro IRR, Castro LMC, Gugelmin S. A. Ações edu cativas, programas e políticas envolvidos nas mudanças alimentares. In: Diez-Garcia RW, Cervato- -Mancuso AM. Nutrição e metabolismo: mudanças alimentares e educação nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011.

Downloads

Publicado

13-04-2023

Como Citar

FARIAS, S. C., Rugani Ribeiro de CASTRO, I. ., Martins da MATTA, V. ., & Cerqueira CASTRO, L. M. . (2023). Avaliação do impacto de uma intervenção no ambiente escolar sobre o consumo de frutas e hortaliças por alunos e professores. Revista De Nutrição, 27(1). Recuperado de https://puccampinas.emnuvens.com.br/nutricao/article/view/8284

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS