Disponibilidade domiciliar de alimentos em Pelotas (RS): uma abordagem do ambiente obesogênico
Palavras-chave:
Estudo transversais, Alimentos, Fatores socioeconômicosResumo
Objetivo
Avaliar a disponibilidade domiciliar de alimentos de acordo com fatores socioeconômicos e demográficos.
Métodos
Estudo transversal, de base populacional, realizado na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, em 2012. A disponibilidade domiciliar de alimentos foi medida a partir da frequência da presença do alimento nos 30 dias precedentes à entrevista. Definiu-se alta disponibilidade como a presença sempre ou quase sempre do alimento no domicílio. As variáveis independentes foram: idade e escolaridade do chefe da família, número de moradores, presença de crianças e/ou adolescentes, indicador econômico nacional e renda familiar.
Resultados
Foram obtidas informações de 1.555 domicílios; cerca de 80% deles apresentaram alta disponibilidade de frutas, legumes e verduras, e 40% de refrigerantes, embutidos e guloseimas. Os cereais integrais e alimentos congelados nunca estiveram disponíveis em 50% dos domicílios. Alimentos ricos em açúcares e gorduras estiveram diretamente relacionados à presença de crianças e/ou adolescentes, enquanto frutas e cereais integrais apresentaram relação inversa. Indicador econômico nacional, renda familiar, idade e escolaridade do chefe da família estiveram significativamente associados à disponibilidade alimentar.
Conclusão
Além de fatores socioeconômicos, características demográficas também estiveram associadas à disponibilidade domiciliar de alimentos. A alta disponibilidade de frutas, legumes e verduras concomitante à de guloseimas, embutidos e refrigerantes demonstra a complexidade da prática alimentar no domicílio, o que dificulta a classificação do ambiente como obesogênico.
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