Rorschach e sofrimento psíquico grave

funcionamento psíquico nas primeiras crises psicóticas

Autores

  • Hayanna Carvalho Santos Ribeiro SILVA Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Grupo de Intervenção Precoce nas Primeiras Crises do Tipo Psicótico.
  • Ileno Izídio da COSTA Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura.

Palavras-chave:

Intervenção precoce, Teste de Rorschach, Transtornos psicótico

Resumo

Trata-se de um estudo sobre a estrutura e a dinâmica de personalidade de pessoas em primeira crise do tipo psicótica, questionando criticamente as práticas tradicionais da intervenção precoce. Dez clientes atendidos na esfera individual e familiar pelo Grupo de Intervenção Precoce nas Primeiras Crises do Tipo Psicótico foram submetidos ao método de Rorschach no Sistema Compreensivo. Dados foram comparados com estatísticas descritivas de pacientes esquizofrênicos e adultos não pacientes; a análise enfocou os índices de transtorno do pensamento, traços depressivos, inabilidade social e um grupo de variáveis de relevância específica da população estudada. Resultados indicam que pessoas em primeiras crises do tipo psicótico não possuem traços significativos de transtorno de pensamento. Têm percepções acuradas e incomuns da realidade, sobrecarga afetiva e diminuídas habilidades sociais e dispõem de recursos cognitivos e afetivos para enfrentamento a serem aprimorados. A intervenção precoce nas psicoses pode embasar suas práticas nas características específicas dessa população.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aitchison, K. J., Meehan, K., & Murray, R. M. (1999). First-episode psychosis. London: Martin Duritz.

American Psychiatric Association. (2000). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders: DSM-IV. Washington, DC: The Author.

Carlson, C., Kula, M., & Laurent, C. (1997). Rorschach revised DEPI and CDI with inpatient major depressives and borderline personality disorder with major depression: Validity issues. Journal of Clinical Psychology, 53(1), 51-58.

Carracena, P. F. (2005). ROR-SCAN: Rorschach Interpretative System. Versão 6.05. Edmond: Phillip F. Carracena.

Carvalho, N. R. (2006). Primeiras crises psicóticas: identificando pródromos a partir de familiares (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade de Brasília.

Costa, I. I. (2003). Da fala ao sofrimento psíquico grave: ensaios acerca da linguagem ordinária e a clínica familiar da esquizofrenia. Brasília: ABRAFIPP.

Costa, I. I. (2010). Da psicose aos sofrimentos psíquicos graves: caminhos para uma abordagem complexa. Brasília: Kako Editora.

Dalgalarrondo, P. (2001). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed.

Dao, T. K., & Prevatt, F. (2006). A psychometric evaluation of the Rorschach comprehensive system’s perceptual thinking index. Journal of Personality Assessment, 86(2), 180-189.

Exner, J. E. (1999). Manual de interpretação de Rorschach: sistema compreensivo. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Exner, J. E. (2003). The Rorschach: A comprehensive system. Hoboken: John Wiley & Sons.

Fox, D., & Prilleltensky, I. (1997). Critical psychology: Na introduction. London: Sage.

Gabbard, G. O. (2006). Psiquiatria psicodinâmica na prática clínica. Porto Alegre: Artmed.

Gacono, C., & Meloy, R. (1994). The Rorschach assessment of aggressive and psychopathic personalities. Hillsdale: Lawrence Erlbaum.

Groth-Marnat, G. (2003). Handbook of psychological

assessment. Hoboken: John Wiley & Sons.

Hilsenroth, M., Eudell-Simons, E., Defife, J., & Charnas, J. (2007). The Rorschach Perceptual-Thinking Index (PTI): An examination of reliability, validity and diagnostic efficiency. International Journal of Testing, 7(3), 269-291.

Hilsenroth, M., Fowler, C., & Padawer, R. (1998). Rorschach Schizophrenia Índex. Journal of Personality Assessment, 70, 514-534.

Ilonen, T., Taiminen, T., Karlsson, H., Lauerma, H., Leinonen, K. M., Wallenius, E., … Salokangas, R. K. (1999). Diagnostic efficiency of the Rorschach schizophrenia and depression indices in identifying first-episode and severe depression. Psychiatry Research, 87(2-3), 183-192.

Jorgensen, K., Andersen, T. J., & Dam, H. (2000). Diagnostic efficiency of the Rorschach depression index and the schizophrenia index: A review. Journal of Personality Assessment, 7(3), 258-280.

Klonsky, D. E. (2004). Performance of personality assessment inventory and Rorschach indices of schizophrenia in a public psychiatric hospital. Psychological Services, 1(2), 107-110.

Martins, F. (2003). Psicopathologia II - semiologia clínica: investigação teórico-clínica das síndromes psicopatológicas clássicas. Brasília: ABRAFIPP.

McGorry, P. (2011). International Early Psychosis Association: Presentation. Melbourne: EPPIC early psychosis webinars. Retrieved March 22, 2011, from http://www.eppic.org.au/webinars

McGorry, P. D., & Edwards, J. (2002). Implementing early intervention in psychosis. A guide to establishing early psychosis services. London: Martin Duritz.

Moreira, V., & Sloan, T. (2002). Personalidade, ideologia e psicopatologia crítica. São Paulo: Escuta.

Nascimento, R. S. G. F. (2010). Sistema compreensivo do Rorschach: teoria, pesquisa e normas para a população brasileira. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Palazzoli, M. S., Cirillo, S., Selvini, M., & Sorrentino, A. M. (2006). Os jogos psicóticos na família. São Paulo: Summus.

Salokangas, R. K., & McGlashan, T. H. (2008). Early detection and intervention of psychosis: A review. Nordic Journal Psychiatry, 62(2), pp. 92-105.

Szasz, T. (1971). The manufacture of madness: A comparative study of the inquisition and the mental health movement. London: University Press.

Szasz, T. (1979). The lying truths of psychiatry. The Journal of Libertarian Studies, 3(2), 121-139.

Teixeira, V., & Marques, M. E. (2009). O buraco negro na patologia limite: um contributo da/para a técnica de Rorschach. Análise Psicológica, 27(3), 281-293.

Viglione, D. J., Perry, W., & Meyer, G. (2003). Refinements in the Rorschach ego impairment index incorporating the human representational variable. Journal of Personality Assessment, 81(1), 149-156.

Weiner, I. B. (2000). Princípios de interpretação do Rorschach. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Yung, A., & McGorry, P. (1996). The prodromal phase of first-episode psychosis: Past and current conceptualizations. Schizophrenia Bulletin, 22(2), 353-370.

Downloads

Publicado

2014-09-30

Como Citar

SILVA, H. C. S. R., & COSTA, I. I. da. (2014). Rorschach e sofrimento psíquico grave: funcionamento psíquico nas primeiras crises psicóticas. Estudos De Psicologia, 31(3). Recuperado de https://puccampinas.emnuvens.com.br/estpsi/article/view/8448

Edição

Seção

INSTRUMENTOS E PROCESSOS EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA