Desafios para o futuro sustentável da ilha de Fernando de Noronha: a visão ecossistêmica da ocupação urbana
Palavras-chave:
Indicadores de estrangulamento, Espaços vazios, Visão ecossistêmica, Ecocidade, Fernando de Noronha — BrasilResumo
O arquipélago de Fernando de Noronha é profundamente representativo em relação aos ecossistemas naturais e apresenta um metabolismo intenso nos ecossistemas terrestres e aquáticos. Paradoxalmente, a área antropizada, inserida na Área de Proteção Ambiental, apresenta um baixo grau de efetividade do uso do solo: ausência de planejamento urbano, déficit habitacional de 100 moradias e padrões urbanísticos inadequados que espelham a crescente desorganização urbana dispersa em quinze assentamentos de baixa densidade. Isso resulta em conflitos socioambientais entre órgãos gestores: o Plano de Manejo prioriza a ocupação dos vazios urbanos desde que não ocupe áreas de fragilidade ambiental e mantenha a taxa de 65% de solo natural; todavia, o Anteprojeto de Lei de Uso e Ocupação do Solo propõe uma Zona de Expansão Urbana. Verificou‑se a possibilidade de intervenção nos vazios irregulares; no entanto, a ilha já está com sua capacidade esgotada uma vez que importa recursos do e exporta resíduos para o continente. O estudo propõe uma análise da ocupação urbana guiada por uma visão ecossistêmica, baseado em parâmetros de ecocidades
transcendendo as atuais fronteiras disciplinares adotadas nos órgãos gestores para o estabelecimento de indicadores de estrangulamento e projeções de cenários futuros.
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